Eu não sei vocês, os 4 ou 5 que me lêm, mas eu detesto gente reclamona.
Não dá gosto ficar por perto, dá medo de puxar conversa, e, se conseguimos algum papo, é quase certo que depois de dez minutos já estejamos compartilhando aquela nuvem preta que existe em cima dessas pessoas.
Tá bom, sou daquelas que leu o livro e assistiu ao filme Pollyanna e gostou dos dois, em priscas eras.
Não precisa ser assim, vendo lado bom em tudo, mas as coisas têm lados, isso têm. Aprende-se muito, mesmo com as piores tragédias. O que não quer dizer que eu apregoe que é preciso sofrer para aprender. Isso é coisa de religião calcada em culpa, ou da minha mãe, que adorava sofrer pra ganhar o céu. Espero que se ela estiver em algum lugar hoje, seja o céu para ela, mas eu prefiro meu céu aqui mesmo. Depois deixa pros vermes que me hão de comer. Espero vir a ser um céu pra eles…
Gente reclamona deve achar que reclamar alivia, sei lá. Mas pra quem está ao lado, a reclamação chega a pesar. Vai formando um muro em volta dessas pessoas.
Eu não preciso reclamar pra mudar as coisas. A gente muda com atos, acho eu. Reclamar é só por trilha sonora em fatos. E trilha sonora ruim.
Então não reclamo nunca? Não é verdade. Reclamo pra caramba. E me detesto nessas horas. Reclamo no trânsito, reclamo no calor, reclamo do governo, reclamo da chuva e da falta dela. Mas sei que isso não adianta nada. Pra falar a verdade, nem alivia o stress interno.
Quando pequena eu costumava chutar coisas. Já cheguei a me machucar chutando eletrodomésticos, por exemplo. Já quebrei copos e pratos. Porém não em público. Nem na cabeça de ninguém.
Adiantava? Não, só aliviava.
Hoje ando. Malho, danço. Às vezes por prazer, às vezes buscando alívio.
Funciona.
O mundo não muda por isso, mas diminui pressões. E aumenta a energia pra tentar mudar de fato o que interessa.
Escrever também é um santo remédio, sabiam, meus 4 ou 5 leitores?